toada

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Como tudo começou

 
 A carreira artística teve início após um concurso de calouro. "Tudo começou com uma brincadeira. Eu era comerciário, trabalhava numa financeira quando, num almoço, vi a movimentação, fui até o teatro e vi o pessoal cantando lá. o Zezinho [Corrêa] era quem organizava o show de calouros. Assisti duas vezes, dois dias seguidos, aí, criei coragem e pedi pra cantar", relembra ele, que tirou 2º lugar no concurso, sem nunca ter se apresentado antes disso.
O artista conta que um dos seus maiores incentivadores foi o amigo e também músico Jamilson Rossete. "Estudávamos juntos e, quando saíamos da aula, ele ia pra barzinho tocar e eu ia também, eu tinha 17 anos. Acabei adorando a coisa". Na época, Jamilson foi convidado para ir a Parintins e Arlindo decidiu ir junto.
Sem nunca ter viajado antes, Arlindo não hesitou em viajar para a Ilha Tupinambarana, como é conhecida a cidade de Parintins. "Vim de família pobre, então, nunca imaginei na minha vida que iria viajar. Tanto é que eu não conhecia como viajava. Não levei rede, nem sabia que era preciso. Já que não tínhamos como dormir, começamos a tocar lá. Aí, o pessoal comovido arrumou lençol e rede para a gente. Estávamos dormindo num toldo", relembra, aos risos.
Segundo o artista, o encanto pela cidade falou mais alto. "Foi amor à primeira vista. Acabei ficando duas semanas. Depois, voltei para Manaus só para pedir as contas e fui para Parintins trabalhar em rádio. Nunca tinha trabalhado com isso, mas aceitei o desafio de ser repórter", conta. Pela sua desenvoltura e voz marcante, Arlindo chegou a apresentar um jornal, aos 18 anos.
Em 1988, o cantor montou um grupo de pagode chamado "Levanta Poeira", mas que não conhecia boi-bumbá até então. "Sempre fui envolvido no folclore, mas dançando quadrilha, ciranda, escolas de samba. Em uma das noites em que eu tava cantando em um clube de Parintins, chegou a turma do Caprichoso me convidando para participar do primeiro disco do boi. A maioria do pessoal do Levanta Poeira era do azul e branco", frisa. "Tinha tudo para ser do Garantido, tocava em frente ao curral dele", brinca.
Arlindo aceitou o desafio do bumbá e não parou mais. Em 89, ele foi convidado para ser o levantador de toadas do Caprichoso. "Me apaixonei pela torcida, a torcida se apaixonou por mim e começou essa grande carreira que dura até hoje", enfatiza ele, que retornou a Manaus em 92 para participar do "Movimento Marujada". "Só era eu de cantor, aí fui convidando outros colegas, como Carlinhos do Boi, Paulinho Faria e o David Assayag. Tudo que tenho e ganhei na vida foi graças ao boi", destaca o cantor.

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